Um ano desde o início mais severo da pandemia. 365 dias que o trabalho invadiu lares, transformando casas em escritórios - alguns chamam de home office, outros se orgulham de estar passando por uma transformação digital. Será que foi isso mesmo?
O que aconteceu neste último ano e quais lições aprendidas?
As pessoas não estão em primeiro lugar nas empresas. Engana-se quem acha que ter colocado todo mundo em casa para trabalhar de maneira remota conseguiu algo incrível.
A saúde mental foi o tema do último ano. Isso porque ninguém estava de verdade preparado para trabalhar de casa, com família, sem a devida estrutura, com líderes despreparados, sem horário certo de trabalho (afinal, você está em casa, logo está disponível) e tantos outros desafios diários.
As organizações patinaram quando o tema foi comunicação. Teremos cortes? A empresa vai quebrar? E-mail com reunião do chefe. Será que desta vez vem a demissão?
A cultura do medo e da incerteza foi a campeã deste último ano. Talentos saindo por insegurança e falta de informação de como será o amanhã. Pessoas focadas em procurar emprego e não na solução do cliente.
O que dizer da marca empregadora então? Não vamos contratar por tempo indeterminado, então nada de fazer employer branding. Ficou escancarada a falta de preparo e estratégia das empresas quando assunto é posicionamento.
O que seus colaboradores disseram (e continuarão dizendo) de como foram tratados durante a pandemia? Sentimento de orgulho ou de desespero?
Vimos também a febre da cadeira do escritório sendo enviada para a casa dos colaboradores e dos happy hours online - nem tão happy assim. Ah, com uma aula de yoga no meio para descontrair.
Ninguém perguntou o que as pessoas realmente queriam. Como elas estavam se sentindo e o que realmente lhes tirava o sono. Como estava a saúde - física e mental. Como estava sua família. Se seus filhos estavam dando trabalho dentro de casa 24 por 7, se alguém adoeceu neste período, se o/a conjugê perdeu o trabalho...
Com o passar do tempo, vimos empresas voltando ao escritório, mesmo sem perguntar (de novo) para seus colaboradores se aquela era mesmo a melhor opção. Se ele tinha com quem deixar o filho (já que as escolas estavam fechadas) ou se morava com alguém em idade de risco.
Inúmeras vagas remotas com a obrigação de ir para o escritório pelo menos 2x na semana se tornaram um hit do último verão.
As empresas não entenderam o que realmente importa.
São as pessoas.
São elas que produzem, vendem, entregam, comunicam... e se elas não estão sendo bem cuidadas, com certeza o impacto para o negócio é imediato. Receitas que desabam, clientes que abandonam, talentos que se vão... Se a gente recortar por gênero então, o estrago é muito maior, infelizmente.
Poderia trazer outros Ps aqui como propósito, procrastinação, políticas... mas estes 3 já foram suficientes para trazer algumas provocações e reflexões.
Para encerrar, em meio a tantos acertos e erros, como seria a sua empresa nesta mesma crise, há 15 ou 20 anos, sem a tecnologia como aliada?
Talvez muitas marcas não estariam aqui para contar suas histórias.
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